Manaus, com seus caudalosos igarapés e outras belezas
naturais, tinha tudo para ser uma cidade linda por natureza. Porém, a ação
predatória e criminosa do homem e de governantes assistencialistas levou nossos
recursos naturais ao estado de destruição e abandono.
Os Igarapés de Manaus, que formam um traçado típico e
característico na paisagem urbana e rural estão sendo aterrados, devastados,
canalizados, concretados e caminhando
para a extinção. Todo esse processo de destruição conta com a participação do
governo do Estado do Amazonas, através das obras de 'revitalização' dos igarapés feita pelo Prosamim e também com o silêncio das
autoridades públicas.
Um programa que tem como um dos objetivos a recuperação ambiental
dos igarapés, tornou um mero programa habitacional, construindo-se casas em cima
dos leitos dos igarapés aterrados e desrespeitando todas as leis ambientais de
proteção a esses recursos hídricos.
Em pleno centro urbano encontra-se a nascente do Igarapé de
Manaus. Localizado à Rua Barcelos, Praça 14 de Janeiro, essa nascente, que
brota as primeiras águas que deram origem ao falecido Igarapé de Manaus e mantém
ainda alguns fragmentos de mata nativa também passa por um estado de
vulnerabilidade. Sem a atenção das autoridades públicas, o local vive precariamente à pura
sorte do destino.
A lógica de recuperação do igarapé, que deveria começar pela
sua nascente segue o processo contrário e com um ritmo acelerado de
aterramentos dos trechos que levam até a nascente.
A VIDA PEDE SOCORRO, pois nesses trechos ainda pulsa a
cristalina água e a presença de pequenos peixes e outras espécies aquáticas,
que o Estado insiste na destruição desses "caminhos de canoas" que fazem parte de
nossa história e de nossa cultura.
Aterramento do igarapé de Manaus entre as ruas Ramos Ferreira e Tarumã |