Por Hamilton Leão
O
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, por meio do programa
Queimadas – Monitoramento por Satélites, e com apoio do Fundo Amazônia produz
relatórios diários sobre dados ambientais como focos de queimadas e variações
de temperaturas que são publicadas em tabelas, gráficos e mapas.
Utilizando-se
de satélites próprios e de origem chinesa, resultado da cooperação
sino-brasileira, o INPE monitora o espaço brasileiro diariamente, fazendo um
x-raio das alterações climáticas ocorridas em todo País. Nas tabelas e gráficos
disponíveis publicamente, o órgão de pesquisa espacial detalha as mudanças
ocorridas durante os últimos cinco anos e dos últimos meses e com prognósticos
para os dias seguintes.
De
acordo com os gráficos do mês de novembro, o Brasil, entre todos os países da
América do Sul configura como o primeiro colocado em focos de queimadas durante
o período de 2015 a 2019, na quantidade de 186,9 mil casos só nesse ano. O
ritmo do fogo se mantém sempre na casa de centenas de milhares de focos de
queimadas durante os cinco anos, com uma variação intermitente de descendência
e ascendência durante os anos publicados.
Em
alguns Estados que compreende a Amazônia Legal como Mato Grosso (30.443 focos),
Pará (26.824), Maranhão (16.128), Tocantins (13.371), Amazonas (12.401) e
Rondônia (11.133) lideram o ranking de queimadas do ano de 2019. Com base no
ano atual, esses Estados basicamente mantiveram uma média de focos de queimadas
durante os anos anteriores.
No
Norte do País, com 5.794 focos de queimadas, o Pará lidera a tabela do INPE dos
últimos cinco meses do ano (julho a novembro/2019) entre os Estados
brasileiros. Amazonas (460 focos), Amapá (435), Rondônia (231), Roraima (53) e
Acre (16) completam os dados do período quinquemestral.
Pará
está também no topo do gráfico de focos de queimadas dos últimos cinco dias de
novembro/2019. Para piorar a estatística do Estado, oito cidades paraenses
aparecem na tabela dos dez municípios brasileiros com mais focos de queimadas acumulados
nos últimos cinco meses do ano. E mais sete cidades paraenses na tabela do INPE
dos dez municípios brasileiros com mais focos nos últimos cinco dias.
Na
região Centro-Oeste, as cidades mato-grossenses do sul, Corumbá e Porto
Murtinho aparecem no ranking dos dez municípios brasileiros com mais focos
acumulados nos últimos cinco anos, sendo que Corumbá lidera a tabela com a
quantidade de 6.179 casos de focos de queimadas em 2019. As cidades paraenses
de São Félix do Xingu, Altamira, Novo Progresso, as amazonenses Lábrea e Apuí, Colniza
(MT), Porto Velho (RO) e Lagoa da Confusão (TO) complementam a lista.
Sergipe,
o menor Estado brasileiro é o que apresenta também o menor número de focos de
queimadas, com 64 focos apresentados em 2019 e vem tentando manter uma escala
decrescente no controle de focos durante os anos.
O Estado Amapá, que apesar de apresentar
milhares de focos de queimadas ano a ano foi o único que conseguiu estabelecer
uma escala decrescente no combate ao fogo. Os demais Estados brasileiros não
conseguiram estabelecer metas de controle durante os últimos cinco anos.
Os
dados técnicos no INPE revelam que ainda há chamas pelo Brasil e com grande
escala nos Estados da Amazônia Legal, uma das principais regiões que abriga
grande parte da biodiversidade mundial.
Manaus, 28 de novembro de 2019.
Instituto Amazônico da
Cidadania – IACi